Dizem que todo mundo tem as mesmas 24 horas por dia. Mas será que essa conta bate? Para alguns, o tempo parece um elástico, que se estica e se contrai de acordo com a grana no bolso. Já para outros, cada minuto é contado e o dia parece ter apenas 18 horas úteis, ou menos.
Para os sortudos que nasceram em berço esplendido, o tempo é um mar de possibilidades. Moram pertinho do trabalho, no máximo um pulinho de Uber Black, ou nem precisam trabalhar, já que a fortuna da família rende mais do que qualquer emprego. Aí a vida vira um verdadeiro parque de diversões: academia, viagemzinha pra Europa, maratona de séries… 24 horas parecem uma eternidade!
Já para a galera que rala de segunda a segunda, a história é outra. A saga começa cedo, com um pesadelo infindável de transporte público: Metrô lotado, ônibus atrasado, trânsito infernizante… Chegar no trampo já leva umas duas horinhas, no mínimo. E quando bate o cartão, a luta não acaba: chefe chato, pilha de trabalho que não desce, reunião improdutiva… E o relógio? Tic-tac, tic-tac, como se estivesse debochando da sua cara.
Mas peraí, a gente ainda não falou das tarefas de casa! Tem que lavar roupa, fazer comida, cuidar das crianças… Se tiver um animalzinho de estimação, aí a coisa fica ainda mais doida. E se você, meu amigo, tem a sorte de ter uma família pra ajudar, se considere um agraciado. Porque pra muita gente, “família” significa “mais tarefas pra lista”.
Ah, e não podemos esquecer das filas intermináveis. Fila do SUS, fila do INSS, fila da matrícula… A gente perde horas preciosas nessas filas, que parecem nunca ter fim. E o tempo, meu fi, segue correndo, implacável.
Então, me diga: 24 horas são mesmo iguais para todos? Será que a gente tá medindo o tempo com a mesma régua? Ou será que, para alguns, o tempo é um Rolex, enquanto para outros, é um relógio de plástico mequetrefe?
Autor: @lzdealmeida