Giancarlo Gama comenta sobre a Tarifa Zero no transporte público Brasileiro

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A tarifa zero no transporte público deixou de ser um sonho distante e ganhou força no Brasil, transformando a vida de milhões de pessoas. Apesar de muitos acreditarem que seria uma política cara ou inviável, a realidade é surpreendentemente diferente. Atualmente, o país é líder mundial na implementação dessa medida, com 117 cidades oferecendo transporte gratuito e atendendo mais de 5 milhões de cidadãos diariamente.

O custo? Em 90% das cidades, a tarifa zero consome menos de 2% do orçamento municipal anual. Para dois terços dessas localidades, o gasto representa menos de 1%. Para efeito de comparação, esse valor é menor do que o destinado à coleta e transporte de lixo.

Cerca de 88% das cidades brasileiras que adotaram a tarifa zero financiam a política com recursos próprios, sem necessidade de novas taxas. Isso é possível por meio da realocação de recursos e, principalmente, pela priorização do transporte público nos orçamentos municipais.

Com a tarifa zero, a exclusão dá lugar à inclusão: as cidades que implementaram a medida registraram, em média, um aumento de 147% no número de usuários do transporte público, com alguns casos alcançando 600%. Esse aumento contribui para reverter a lógica da “espiral da morte” — menos passageiros, tarifas mais altas — e ainda reduz o uso de carros, diminuindo o trânsito e a poluição.

A tarifa zero também ajuda a combater a mobilidade racista, garantindo que pessoas de baixa renda, majoritariamente pretas, possam acessar as cidades sem limitações financeiras. Essa inclusão promove não apenas justiça social, mas também benefícios econômicos. Cidades que adotaram a tarifa zero reportam aumento na arrecadação de tributos, especialmente do ISS, e atração de novas empresas, gerando empregos e movimentando a economia local.

Essa política, que parecia utópica, já é uma realidade transformadora no Brasil. Ela não apenas democratiza o acesso à cidade, mas também oferece soluções para a crise climática, estimula o desenvolvimento sustentável e promove justiça social. É hora de pensar a tarifa zero como uma estratégia viável e necessária para reconstruir cidades mais inclusivas e resilientes.