Nise da Silveira foi uma pioneira no tratamento humanizado das doenças mentais no Brasil, contribuindo significativamente para o movimento antimanicomial. Ela acreditava que os pacientes psiquiátricos deveriam ser tratados com dignidade, com ênfase na arte e na expressão, ao invés de métodos punitivos e alienantes. Essa abordagem se alinha com a Reforma Psiquiátrica Brasileira, que visa a desinstitucionalização, ou seja, o fechamento de hospitais psiquiátricos tradicionais e a inserção de pacientes em programas comunitários.
O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Taguatinga, é um exemplo de instituição que ainda adota práticas retrógradas, contrariando a lei distrital de 1995, que determinava o fechamento progressivo dos leitos psiquiátricos. O modelo manicomial do HSVP, com longas internações e violação dos direitos dos pacientes, é uma realidade distante dos princípios defendidos pela reforma e pela militância antimanicomial. Organizações de saúde mental têm pressionado o fechamento imediato da instituição, destacando a necessidade de mais investimentos em redes de atenção psicossocial, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
A luta pela desinstitucionalização e pela criação de alternativas à hospitalização compulsória é central para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa para aqueles que enfrentam transtornos mentais. Nise da Silveira, com sua visão humanitária, ainda inspira a busca por modelos de cuidado que promovam a liberdade e a cidadania para todas as pessoas, em especial para aquelas que são marginalizadas pela sociedade, como as que ocupam espaços como o HSVP em Taguatinga.