O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), no Distrito Federal, é centro de polêmicas e críticas devido ao seu modelo de saúde mental. Operando em desacordo com a Lei Distrital nº 975/1995, que proíbe a expansão de hospitais psiquiátricos e defende serviços comunitários, o HSVP simboliza a persistência de práticas manicomiais, contrariando a reforma psiquiátrica brasileira.
O hospital enfrenta denúncias de violações de direitos humanos, incluindo contenções mecânicas excessivas, internações prolongadas e falta de projetos terapêuticos individualizados. Essas práticas reforçam a exclusão social e o modelo manicomial, amplamente rejeitado por especialistas e movimentos sociais.
O movimento antimanicomial lidera a luta pelo fechamento do HSVP, propondo a substituição por serviços comunitários como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), residências terapêuticas e leitos em hospitais gerais. Essas alternativas promovem tratamento humanizado e inclusão social, mas enfrentam resistência política e interesses que defendem o modelo vigente.
Além do impacto social, o HSVP consome recursos públicos significativos que poderiam ser destinados à ampliação da rede comunitária. Contudo, a falta de vontade política tem impedido avanços no fechamento e na transição para um sistema mais inclusivo.
O planejamento para desativação do hospital precisa garantir atendimento adequado aos pacientes, priorizando alternativas humanizadas e respeitando os direitos dessas pessoas. A sociedade tem papel essencial nessa transformação, ao pressionar o governo, apoiar o movimento antimanicomial e combater o estigma em relação aos transtornos mentais.
A mobilização coletiva é crucial para romper com o modelo manicomial e construir um sistema de saúde mental pautado na dignidade, inclusão e autonomia, alinhado à Reforma Psiquiátrica Brasileira.