Por que Taguatinga deveria prestar atenção à ocupação urbana Expedito Xavier Gomes?

Taguatinga precisa atentar-se à Ocupação Expedito Xavier Gomes, situada no SIG Quadra 6, onde 80 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) trazem à tona uma questão essencial: a função social da propriedade. Casos como o da Expedito Xavier, o Mercado Sul Vive e o Centro Cultural RIA mostram que espaços ociosos devem ser destinados a fins sociais e culturais.

A ocupação no SIG, um prédio abandonado há mais de sete anos, expõe o paradoxo habitacional no DF: enquanto milhares de famílias buscam moradia digna, 148.846 imóveis estão vazios, contra um déficit habitacional de 102.984 domicílios. A Constituição, no artigo 5º, inciso XXIII, estabelece a função social da propriedade, que deveria priorizar o bem coletivo. A especulação imobiliária, ao manter imóveis vazios e buscar lucro sobre a necessidade popular, desafia esse princípio e agrava a desigualdade.

Em Taguatinga, exemplos como o Mercado Sul Vive e o Centro Cultural RIA mostram como ocupações podem beneficiar a comunidade. O Mercado Sul, transformado em centro cultural, promove atividades como samba, capoeira e oficinas de audiovisual, destacando a força da economia solidária. Já o Centro Cultural RIA, revitalizado por artistas em um prédio abandonado, oferece oficinas diversas e reforça o papel da arte na transformação social.

A Ocupação Expedito Xavier Gomes nos faz repensar o modelo territorial que desejamos. Continuaremos no caminho da especulação e exclusão ou vamos adotar a função social da propriedade, garantindo moradia, cultura e desenvolvimento para todos?