Tragédias climáticas previsíveis: o peso das decisões políticas

No último domingo (12/01), moradores do Distrito Federal enfrentaram as consequências das chuvas intensas que provocaram alagamentos, transtornos no trânsito e o desabamento de um muro em Águas Claras. Imagens de ruas inundadas e veículos submersos evidenciam o impacto de decisões políticas inadequadas e a falta de planejamento urbano.

Embora as mudanças climáticas agravem eventos extremos, grande parte dos danos decorre de escolhas humanas. Urbanização desenfreada, ausência de infraestrutura eficiente e negligência com áreas verdes tornam as cidades vulneráveis. Águas Claras, com sua alta densidade populacional e solo impermeabilizado, ilustra esse problema: um modelo de crescimento que priorizou lucros em detrimento da sustentabilidade.

Estudos técnicos apontam soluções viáveis, como ampliar sistemas de drenagem, construir reservatórios subterrâneos e revitalizar áreas verdes. Políticas habitacionais e fiscalização rigorosa também são essenciais para evitar desastres. Contudo, essas ações preventivas exigem comprometimento político e muitas vezes são deixadas de lado devido a interesses econômicos de curto prazo.

As consequências são tragédias recorrentes e previsíveis que poderiam ser evitadas. Enquanto políticas públicas privilegiarem interesses privados, eventos como o de domingo continuarão a ocorrer, colocando em risco vidas e patrimônios.

A pressão popular é indispensável para que governantes priorizem soluções sustentáveis e ações preventivas. É preciso transformar o planejamento urbano em uma ferramenta que proteja a população e respeite o meio ambiente.